sexta-feira, 9 de abril de 2010

ROBOT ORCHESTRA











Quatro e vinte e tres, com sorte hoje durmo tres horas depois de tres dias de trabalho nem sempre no duro mas a tempo inteiro.

Nao, nao vim ca pela paisagem, arquitectura paisagista tambem nao, se e' que sei o que e' arquitectura ou algo que se possa parecer com essa coisa complicada e tao relativa e aberta a discussao. Cada vez mais me parece que a malta quer ser antropologa, historiadores, sociologos e psicologos, mas eu queria era desenhar, queria fazer o que me interessa, que e' fazer e nao falar.


Oito semanas, evidentemente que nao so de trabalho, e talvez so nestes ultimos dias tenha concretizado, se e' que concretizei alguma coisa, pelo menos cheguei a algum lado, a um porto de chegada que teimou em nao aparecer a muitos que o procuravam, talvez em demasia na diferenca, no olhar eximio de quem quer ver o pentelho, ou o pelo no nariz, ou a cera no ouvido, ou a marca de nascenca na iris da companheira.


Como diria o outro, nao sou de c'a, so' vim ver a bola. Alias, quando quero tambem sou ignorante e lorpa e me faco de burro, e nisto da arquitectura ha muita vez que temos de calar, ter paciencia e eu nisso falho bastante, tenho pouca. Adoro pensar, mas as vezes pensar demais sobre a emigracao das aves selvagens do sudueste africano ate' ao cume da montanha mais alta da Siberia nao me interessa no ambito projectual.


Fica aqui o sumo destas oito semanas, e se me perguntarem porque e' que e' branco, eu pergunto porque que teria de ser preto ou vermelho ou castanho ou em tijolo ou adobe ou mosaico ou noutra coisa qualquer porque as estacoes de comboio na India e na grande maioria dos lados, sao edificios frios, governamentais, desprovidos de qualquer gesto ou sentimento, feios que deus alivre. 'E branco porque me apeteceu que fosse branco, e nao me parece que o indiano que mora no meio da valeta, ou o que dorme sempre ao relento, ou o que nao tem onde cair morto se va importar de receber uma casa com os metros quadrados minimos ( que para no's europeus supera em quinhentos por cento o minimo deles) para que seja feliz e o cao tenha a casota no quintal, a mulher faca o thali vegetariano na cozinha, ele tenha o caixote na sala para ver o cricket, tenha uma retrete ventilada, um sitio para dormir no inverno e poder muda-la para o meio das couves com o calor do verao e mais importante 'e que o miudo brinque na rua sem tropecar no esgoto a ceu aberto.
Simples mas bem complexo. e' claro que em cada lugar do mundo se vive de maneira diferente apesar de haver necessidades basicas (e outras menos basicas) que contam para a escrita. Variaveis.

Fica aqui o meu primeiro post de trabalho que nao ficou acabado, ta e' a bom jeito holandes, apresentado, mas sem as setas do costume, os esquemas em ilustrator ou indesign e os materiais exoticos..

Big ups! para:
Charlie Rocks, sem ele a coisa era bem mais complicada. A estacao e a rampa foi desenhada pelos dois.
A Natalia voltou a relembrar-me como mexer no photoshop, isto de deixar a tecnologia para tras e viver num mundo analogico tem que se lhe diga, sem essa ajuda ja nao me lembraria como pimpar um modelo de sketchup manhoso!

Um comentário:

  1. essa tua maquete ta qualquer coisinha de MUITO interessante, gostei mesmo da forma!

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