domingo, 5 de dezembro de 2010

CONVICÇÕES!




Convicção é levar porrada pela palavra,
é não conseguir parar de bater a perna, de respirar com frequência, de berrar baixinho, de dizer que sim para dizer que não, para voltar a dizer que é possivel e que se vai em frente. Não interessa como. É fazer as contas e sobrar um euro, é olhar para a frente e ver as beatas no chão e o esfregão a sorrir. É olhar para o lado e ver mais três ou quatro até ao fim, a puxar o peso contigo, a lutar por algo que mais ninguém vê.
Convicção, é cuspirem-te na cara e não arredares pé, gozarem com aquilo que ergues mas não mexeres um centimetro, é empurrarem-te e tu nem te mexeres, rirem e tu ne ouvires.
Convicção, é toda a convulsão interior, na perda ou na vitória, na paz ou na tempestade, na sombra ou ao sol, de dia ou de noite, com chuva ou com frio, suado ou seco, a dormir ou acordado. É tudo aquilo que faz sentido e que te faz mexer e que te faz chorar e te faz sentir e te preenche e te deixa aquele vazio notivago longe, que te deixa de barriga cheia mesmo comendo depois de toda a gente aquilo que toda a gente junta não comeu. É a única cerveja fresca que ficou no final de uma noite em que a frescura já não perdura. São todos os décibeis e todas a bandas e todos os nãos e todas as setlists e todos coros e todos os berros e todas as canções de odio de amor de paz e de guerra e todas as t-shirts rasgadas e espelhos partidos e garagens ocupadas e salas largadas e mesas partidas cadeiras no ar vidas sentidas e horas sem par. Todo o pó que se vai comendo só com um sentido único e sem inversão de marcha, seja ela na descida ou na subida, em primeira ou em segunda, ou numa quinta a morrer. São todos os sentimentos que te fazem ficar, desejar não estar, pensar não viver de novo, ou querer repetir.
São as merdas que se entalam na garganta, quais espinhas agudas, encravadas na carne que te faze sangrar.
São as horas perdidas, as chamadas largadas, os olhos negros e noites sem descansar.
São os berros sentidos, as palavras na cara, os poemas descritos em horas de orar.
Todos as caneladas nas pernas, nodoas negras nos braços, cabelos puxados, costas dormentes, discos desfeitos, cabeças rachadas, e todas as letras sentidas que te fazem amar.
Convicção, é no fundo, dormir sem dormir, andar sem andar, correr sem parar, tremer sem falar, e fazer sem poder tremer. É tudo aquilo que todos negam, que poucos suportam e raramente seguram, mantendo junto do peito, no negro ou no brilhante no belo ou no feio, como heroi ou camelo.
Desde 2004, o Fernando nunca disse que não.
Eu também, que me lembre, nunca suportei essa palavra.

PENNYWISE - CHANGE MY MIND

every time i talk - you just say i'm wrong
i can't take it anymore a thousand lies a billion strong
you have to be right - you argue all the time
make your point and then shut up you're never gonna change my mind
no - ain't gonna change my mind - you bug me everyday
just let me see it my way - ain't gonna change my mind
i want you to stop you're closing in on me
just get off my fucking back - aren't you ever gonna see
wasting all your time - with all the things you say
get this through your head - everything can't be your way
you try to deny all the things that you can't hide




forte abraço e obrigado aos que nestes sete anos, estiveram na fila da frente, carregaram colunas, levaram mesas, comeram bifanas, passaram esfregão, tiraram finos, saltaram do palco, saltaram no palco, lamberam o chão, partiram dentes, abraçaram o estranho, largaram o preconceito, deixaram o filme de sabado em casa, ultrapassaram a apatia.
E obrigado á minha avó pelo maravilhoso assado no forno que foi sendo feito no seu forno a lenha lá da rua da Atafona. Pilar de betão forte que nunca tremeu nem deixou tremer.
E ao amigo Leão que desde miudo nunca falhou.






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