segunda-feira, 13 de junho de 2011

FIRST BREATH AFTER COMA


Seis da tarde, intercidades com destino a Lisboa.
Eu e o Pedro, porque há sempre aqueles que estão sempre lá, porque ainda bem que a vida não é feita de quantidade mas sim de qualidade.
O Ema lá me esperava com a Liliana para atravessarmos de barco para a outra margem, para finalmente encerrarmos um capitulo que se vinha a prolongar desde inícios de Fevereiro de dois mil e dez. Obrigado.
A Dona Natália e o Sr. Fernando lá nos esperavam para o resto, reza a lenda, que o cabrito, o vinho biológico "Duas Quintas", o quiche vegetariano, as empadas, o sofá da sala, a hospitalidade, o conforto de quem está na sua própria casa, fizeram as delicias de um rubro-negro que apenas foi ver a bola e não era de lá.

Na primeira noite de trinta e seis, o Daniel recordou-me do quão bom é falar com amigos lá distantes, o PZ ditou o beat dos 80s, o Pedro deitou o sorriso cá pra fora, o Netz acompanhou nas linhas da frente e fizeram-se promessas e gritaram-se golos à trave e ao poste, beberam-se copos por tudo com medo do nada, num infinito sem vazio à vista, o Gatuso e o Snape já eram prata da casa, as coxinhas do frango veg que o Leo acabou por acabar, e acima de tudo senti-me abraçado pelas amizades que um certo movimento, uma certa crença, foi despoletando ao longo dos anos. Tive ainda tempo de a cambalear cantar a melhor bridge de sempre, da Water, com os irmãos X-acto. Melhor que isto?Nem gambas.
Duro o núcleo.
Os outros duros, apareceram vindos na Renex, like a stone. Tenho pena que outros não pudessem ter lá estado. A sua ausência picou o ponto.

O livro foi um pretexto, para recordar, passar o testemunho, partilhar histórias e estórias, até então os momentos dourados destes vinte e três anos.

Fica difícil assim, abre um sorriso bem rasgado, a garganta dá um nó, dá vontade de cerrar as pálpebras e respirar bem fundo. Conice? So what? Importa sim, a tanta distancia de casa sentir-me tão perto dela. Assim vale a pena, porque foi desse modo que à segunda noite dormi que nem um calhau, coisa que desde há muito tempo é rara, escasseia, e se vê pontilhada de segundas vidas e sonhos e corridas infernais pela noite dentro, sem que o descanso dê sinal, sem que a mente dê a trégua desejada. Fazer o quê?

É tudo isto que se leva, e tudo isto é bem bonito, como o carro do outro, não é amarelo, é o que é, o que eu espero que seja, o que eu pretendo escrever ao longo deste percurso.

Se falhamos? Ya, sem dúvida. Erros? Às resmas, mas um gajo faz o que pode, sempre que pode, 24/7 com o urso a martelar na moleirinha do menino. Margem para esses erros? Muito pouca, mas são vidas.

Também costumamos acertar. Serão essas que nos podem deixar descansados e cientes que se vai dando o máximo em cada gota de suor depositada na mais simples tarefa.

Vim embora feliz, orgulhoso por tudo o que foi esta viagem e este enorme convívio, e agradecido pela imensa dedicação e trabalho cheio de um saboroso sumo. Não irei mencionar de novo quem, esse Viriato está também de barriga cheia e feliz, assim eu o espero.

A correr num flash, durante a curta apresentação, passou-me a poeira pelos cabelos, o deserto e o mar, as selvas urbanas, a companhia dos meus companheiros de aventura, e o vazio da sua ausência.

Um gigante obrigado, vindo lá do fundo de um cro-magnon feliz.

HH - Watch Me Rise

"goddamn", he said, "i promised myself
i'd never feel this fucking way
again, this world has got me praying on my knees
for one peaceful thought

in my mind,
my stride,
my life,
my time
is consumed with a thousand thoughts

flying free like a flock of birds
with no direction or intention of finding home

it's so hard to think,
it's so hard to change
when this world doesn't see you any other way

in this world, they choose to see me,
they choose to see me
like a setting sun

so it's up to me,
i have to see me,
i have to see me
like the rising one

in my days somebody told me that the rain would always come,
always come to wash away the pain
but nothing changes and this world still wants me down,
wants me down on my knees praying in that rain

"born this way, die this way"

i'd rather die on my feet
than live on my knees
i'd rather die on my feet
so you can watch me,
you can watch me

WATCH ME RISE
with the things we carry

the loss,
the scars,
the weight of heavy hearts

so i say to the slaves of depression
CARRY ON
and sing the sweet redeeming song
about living this life free and long

watch me, watch me,
WATCH ME RISE
for Miles and miles





-respect is everything-

2 comentários:

  1. foi um final de tarde brutal e um jantar ainda melhor! Precisas de vir cá mais vezes sem duvida!!! um grande abraço!!

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  2. Gostei de ler! :D Se não tivesses ido só dois dias tinhas engordado 10 kilos com a Dona Natalia!! aha

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