segunda-feira, 26 de maio de 2014

SINGARAY

Acabados de aterrar em Ha noi,   desmultiplicamos os dolares que pagamos pelo quarto na happy hour do hostel. Pagamos 5 dolla, bebemos 3 survias e est'a quase pago por esta hora.Trip down memory lane,  de volta a Singapure, e aos teclados martelados, tao martelados que saltam vogais e consoantes consoante vamos batendo nas teclas sujas e besuntas que o compoem. Acentuacao zero, cedilhas zero tambem, e mesmo um cinco a zero, carrega benfica.
Conhecemos o Ray em Madrid, num sitio improvavel, com a Familia Sousa em peso, Pais filhos e primos, num hostel bem perto do Rainha Sofia. Convidamo-lo pra vir a Maybeshewill - ainda no metro nos perguntou se ainda tocavam por ai - e juntamente com ele vieram outros dois argentinos fanaticos do River,  malta que chora com o clube, bem dentro da nossa onda vila gualdense ou se quiserem, Nodoa Negrense FC.
Palavras e memorias aparte, o Ray esteve em Singapura, desde o primero momento para nos receber. Alias, a ideia dele era aumentar a nossa massa gorda ( deve ser cena do oriente, enfardar amigos europeus), pelo que comecamos com bruto jantar num mercado  dos suburbios, cena com lagosta  - lacoste em ingles -, noodles, mais noodles, pausinhos e fritos e muita, mas muita comida. E da boa. Tinhamos dormido grande parte do dia e a barriga estava completamente vazia, j'a depois da reserva, e a bilis e as enzimas ja armavam revolucao  - I I I INVASAO! Alias, antes  de vir o tacho j'a batiamos com o talher no prato.
Seguimos viagem por Singapura ( estamos no vietname e esta' a passar aquela malha das segundas feiras dos The Cure),  suica - de queijo suico - do oriente, tudo 'a patrao, ruas extremamente limpas, pessoas  demasiado civilizadas, top of the game, cinco estrelas cem por cento. E o Ray, apesar do apertado horario e das muitissimas tarefas e afazeres que tinha para aviar,  seguiu viagem conosco pela sua cidade, sempre apto para nos por a comer mais e mais e mais. Chinatown, Marina Bay Sands, Financial Area, Biblioteca, Anfiteatro nacional; tudo a que um gajo tem direito. A p'e ou de MRT, Singapura revelou-se pequena com tamanho guia. A estadia era curta, como alias vai ser durante as proximas semanas em qualquer lado por onde passemos, mas Singapura durou mais que dois dias, multiplicamos as horas para que contassem mais, at'e porque iamos atrasando o relogio so para ter mais tempo - para andar, para ver, para conhecer, para comer.
Na derradeira noite de despedida seguimos para a Red Light District, zona norte da cidade, Arab area. Voltamos a encher o farnel com tipicas iguarias sem igual, que nos derreteram as paredes gastricas durante a noite que se seguiu e ate ao aeroporto. Voamos para Chiang Mai com a sensacao de termos ficado para tras. Pelo menos posso dizer que dei muito de mim aquela cidade.
Mas voltando aos comes e bebes, restaurante chines, patinhas de ra, perninhas de frango, clepes e mais clepes, molhos e molhos e sumos de limao com melao e com mel. Tudo para o mesmo blender. Foi naquela onda do " will it blend? that is the question!" Blendou bem, blendou, o coveiro ate foi atras dele. Vimos  as pastilhas de vitamina para a carne espalhadas pelo chao, as meninas a cantarem karaokes para senhores de alguma idade, massagens a barrigas disformes, garotas em fila, luzes e luzes e muita fruta, numa cidade multifacetada. Bebemos uma cerveja numa esplanada da movida, alimentada a carne para canhao, sempre mil, com uma drogaria mesmo ao lado onde estavam uma seria de botas de obra que me fizeram lembrar o cimento e os tijolos.
Singapura foi uma sopa de pedra: olhamos os arranha ce'us e vimos o tigre a espalhar agua, vimos a eficiencia asiatica no seu mais alto indice de eficiencia e delicadeza, e, pelas conversas com o Chua, compreendemos a velocidade e a pressao envolvida em tamanho fardo civilizacional - ha tempo para fazer, pouco tempo para lazer.
E pela segunda vez consecutiva, sem lonely planet, tripadvisor ou qualquer tipo de dica ou expectativa, vimos e revimos tudo, qual roteiro magico que so' alguem local nos consegue proporcionar. Mais uma vez tocados pela forma apaixonada e aplicada com que nos abrem portas bem longe da zona de conforto, sem deixar pagar as contas, sem sequer deixar agradecer e sem podermos pedir desculpa pelos atrasos de vida que possamos estar a causar.
Sai que e' sua Tafarel.

Singa Ros - Glosoli

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